ERA UMA VEZ O CINEMA


O Grito (1957)

cover O Grito

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País: Itália, 116 minutos

Título Original: Il Grido

Diretor(s): Michelangelo Antonioni

Gênero(s): Drama

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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7.7/10 (3944 votos)

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Golden Leopard Filmmakers of the Present

Sinopse:Olhar este que se estende não como uma análise do estado de Aldo em si, mas como o rodear de seu cotidiano, marcado pela passagem de diversas mulheres em seu caminho, e com elas, desilusões amorosas e um sentimento vazio que levam Aldo a uma viagem solitária pelo interior da Itália, num esquema de road movie que leva Aldo e, consequentemente, nós que o assistimos, a uma experiência de perspectivas em meio a uma época de crises.

E nisto, O Grito representa a transição de Antonioni do neo-realismo para o existencialismo, transição esta que mais tarde se estenderia para a sua chamada Trilogia da Incomunicabilidade, marcadas pelos títulos A AventuraA Noite e O Eclipse. Incomunicabilidade esta já marcada não somente pelo personagem Aldo, cujo relacionamento extraconjugal com Irma (Alida Valli) é desfeito quando a mulher recebe a notícia da morte do marido e confessa estar apaixonada por outro homem.

Acompanhado pela filha, Aldo parte em sua jornada sem vislumbres de um fim definitivo, relacionando-se com outras mulheres e, no retornar ao seu povoado, descobre que sua existência se encontra estagnada, Irma já possui um filho com outro homem, e seus colegas da fábrica de açúcar onde trabalhava, agora envolvidos em manifestos contra a expropriação de terrenos locais, lhe dizem “depois falarei contigo, agora tenho outras coisas para fazer.” No mergulho em seu individualismo, Aldo alimenta o seu cansaço e se torna um estranho em meio ao seu convívio social.

O caminho da autodestruição é não somente comovente, mas denota uma clareza narrativa de Antonioni que, ao lado de trabalhos como Blow-Up: Depois Daquele Beijo e Zabriskie Point, complexos em sua desfragmentação, parece ter encontrado pouco lugar ao sol na memória dos próprios admiradores do cineasta. Mas há uma riqueza ímpar para O Grito em meio a sua filmografia, seja pela dualidade de sentimentos mesmo diante do vazio existencial de Aldo, seja pelos elementos tão elementares que compõem os quadros da obra de Antonioni, e que vão desde a fotografia em preto-e-branco evocativa de Gianni Di Venanzo até a música de Giovanni Fusco. Em suma, O Grito é um filme de sentimentos raros, algo tão típico de um cineasta como Michelangelo Antonioni.

 

Elenco: